16 de janeiro de 2011

Entrevista com o Padre Adilson Neres Vieira - Jornal S´passo

O Padre Adílson Neres ficou conhecido nacionalmente e ganhou espaço no horário nobre das TVs brasileiras por conseguir reunir mais de dois mil homens para rezar, nas noites de quarta-feira, na Gruta de Itaúna. O movimento é conhecido como os “Homens do Terço" e já foi tema de inúmeras reportagens. Recentemente, Padre Adilson ganhou novamente espaço na mídia pelos seus dotes artísticos. Ele gravou o CD “Filhos de Maria” com 14 músicas, a maioria de sua autoria e na Exposição de Itaúna fez a abertura do show da Banda Rosas de Saron. Filho de Geraldo e Geralda Neres, Padre Adilson é natural de Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha e teve uma vida como de qualquer outro adolescente. Estudou, viajou e foi noivo por quatro anos até decidir ir para o seminário. Atualmente ele é pároco da Igreja Sagrado Coração de Jesus de Santanense e na entrevista a seguir fala um pouco de sua vida e do CD.

Quando o senhor teve certeza que queria ser padre?
Descobri que queria ser padre observando os sacerdotes. Eu ainda participava de grupos de jovens e ficava olhando os padres nas celebrações. Ia muito a retiros e achava muito bonito o trabalho que eles faziam. A partir daí foi crescendo o desejo de também ser padre. E hoje sei que fiz a escolha certa.

Qual a formação do senhor? E como era sua vida antes do sacerdócio?
Sou formado em Teologia e minha vida foi como a de qualquer jovem. Trabalhava, estudava, me divertia com amigos em viagens e participava muito de encontros de jovens e dos grupos da igreja. Sonhava em constituir família como qualquer outra pessoa, tanto que fui noivo quatro anos. Porém, quando você percebe que o caminho a seguir é outro, você simplesmente o segue, e hoje sou muito feliz como sou.

O senhor é conhecido como o Padre do Terço. Como o senhor conseguiu juntar tantos homens para rezar? Eu comecei a observar que os homens visitavam muito a gruta, principalmente durante o dia. E sabendo como os rapazes são mais tímidos quando o assunto é rezar, tive a idéia de juntar um grupo para rezarmos juntos todas as quartas-feras. Começamos as reuniões com 17 homens, hoje são 2.500 toda semana. E lá todos têm liberdade de expressar sua fé, através da oração, da música e da fé.

O senhor gravou recentemente o CD Filhos de Maria. Fale um pouco deste CD e do repertório escolhido. Alguma música é especial para o senhor?
As gravações contaram com participações muito especiais, como dos cantores Eros Biondini e Léo Rabelo muito conhecidos no meio da música católica contemporânea. O CD tem 14 músicas, a maioria de minha autoria, e tem sim duas músicas que me tocam profundamente: uma é a música título, Filhos de Maria e a outra é Fio de Ouro. Estas duas composições falam direto ao coração.

Onde o CD foi gravado e onde estão sendo vendidos? Como o senhor fez o lançamento?
O Cd foi gravado no Stúdio Dominus em Belo Horizonte, com uma equipe muito profissional que nos ajudou muito. E os cd’s podem ser adquiridos em todas as secretarias das paróquias de Itaúna, e nas lojas de artigos religiosos da cidade, como na Sagrada Face, Jardim de Deus e Anuncia-me, ao preço bem acessível de R$ 15. Fizemos várias apresentações de lançamento a abertura do show da banda Rosas de Saron na última exposição de Itaúna e outra apresentação na Canção Nova. As próximas apresentações serão no dia 25 desse mês na Praça da Igreja de Santanense e no dia 28 na festa de São Judas Tadeu, no bairro São Judas. Temos outras datas de apresentações para serem definidas e confirmadas.

Como o senhor ver esse movimento de padres cantores? O senhor se inspira em alguém?
Este movimento é importantíssimo em minha opinião. A música tem o poder de resgatar, de nos fazer refletir sobre nossa vida, nossas ações como ser humano, nos leva para mais perto de Deus. Esse movimento trouxe de volta muitos fiéis que tinham se afastado da Igreja e hoje podemos ver novamente igrejas lotadas, um povo mais fervoroso, que está se aproximando mais de Deus que é o objetivo maior e principal desse movimento. E para falar a verdade, me inspiro em Santo Agostinho quando ele nos diz assim: “Quem canta reza duas vezes”, então minha inspiração é essa.

O senhor contou com algum patrocínio para realizar este trabalho?
Não contamos com nenhum tipo de patrocínio. Gravamos o CD com doações da Associação Filhos de Maria, e todas as despesas foram cobertas com esse dinheiro. Diante disso, resolvemos que parte da renda da venda dos Cd’s seria revertida para duas instituições filantrópicas da cidade. Então escolhemos a Avacci que trabalha na luta e recuperação de pessoas com câncer e a Magnífica que faz um belíssimo trabalho com dependentes químicos.

Nenhum comentário: