1 de julho de 2011

São Pedro e São Paulo, os pregadores da Verdade

Que preço tem a Verdade? Muitas vezes a Verdade tem o “preço da vida”. Quando fazemos essa afirmação, não estamos nos referindo somente ao passado. Estamos também olhando com calma para o presente, para tudo aquilo que acontece ao nosso redor. Dar a vida pela Verdade não é algo ultrapassado, mas é apelo cotidiano no coração de cada cristão da pós-modernidade.
Justamente por isso, celebrar São Pedro e São Paulo nesta semana é olhar para o início da Igreja e encontrar não só o exemplo, mas o modelo de testemunho que nós somos chamados a viver. Em meio a um mundo secularizado, que não acredita mais em nada nem em si mesmo, a fé de Pedro nos motiva. Um homem que na sua simplicidade e no reconhecimento de suas limitações não teve medo de assumir a sua culpa, os seus erros.
Pedro teve ainda a coragem de oferecer tudo o que tinha pela Verdade e recomeçar confiando Naquele que era maior do que ele. Um homem frágil, mas que foi capaz de se tornar, pela graça de Deus, pedra, fundamento da fé de seus irmãos, fundamento da fé da Igreja Católica. Apenas um homem como muitos de nós, sem aptidões especiais ou formação intelectual, mas que se tornou pelo amor ao Senhor ponto de unidade na fé para a Igreja espalhada pelo mundo.
Paulo era um tanto diferente de Pedro, mas também muito próximo de alguns de nós. Não era um homem simples, mas um letrado, alguém com uma grande capacidade intelectual, com uma formação altamente qualificada em seu tempo. Um homem com um ardor profundo por aquilo que acreditava; ardor que o cegava e o impedia de ver além de suas concepções intelectuais, além daquilo que dominava. O encontro com o Senhor revelou a sua cegueira, abriu seu coração para a novidade do Evangelho, que o fez apóstolo daqueles que não conheciam a Verdade. Um homem incansável em anunciar, em levar todos os povos à mesma experiência que ele teve, pois sabia que só isso seria capaz de converter os corações mais duros. Em Paulo, a universalidade da Igreja toma corpo, demonstrando que a grande Verdade não é para um grupo seleto, mas para todos.
Pedro e Paulo morreram pela Verdade. O mundo, os homens do seu tempo não foram capazes de suportar as suas vidas, pois elas haviam se tornado um anúncio explícito da paixão, morte e ressurreição do Senhor. A vida deles era a vida do Senhor, era um Evangelho vivo que arrastava multidões para a Verdade. O sangue derramado por eles não somente se tornou semente de novos cristãos, mas constituiu o alicerce da Igreja Católica. São Pedro e São Paulo são as colunas da Igreja não somente pela sua morte, mas pela sua vida dedicada ao anúncio da Verdade.
O exemplo dessas duas grandes colunas não pode ficar restrito ao passado, mas precisa se tornar modelo de vida para nós que, mais de dois milênios depois, continuamos enfrentando as mesmas dificuldades. Como os apóstolos, não podemos nos isentar de lutar, anunciar e viver pela Verdade. Verdade que para nós não é um conceito abstrato ou relativo, mas que é uma pessoa: Jesus Cristo.
Deus não nos deixa sem exemplos, sem pastores que sejam capazes de nos guiar em meio à agitação de cada tempo, em meio à agitação do mundo em que vivemos. Celebrar São Pedro e São Paulo é motivo de louvor também pela vida daquele que Jesus Cristo constituiu, pela sua graça, Pastor Supremo da Sua Igreja: o Papa.
Em nosso tempo, Deus suscitou para a Igreja o papa Bento XVI como esse exemplo concreto de fé fervorosa, de coragem apostólica, exemplo de alguém que não tem medo de denunciar a mentira e lutar pela Verdade, de anunciar com a sua vida Jesus Cristo. Um homem que sofre pelos erros dos filhos da Igreja, mas não se deixa abater porque sabe que é o Espírito Santo quem a conduz. Apenas um homem, mas que assim como Pedro e Paulo assumiu a responsabilidade de dar a sua vida pela Verdade.
Louvemos então ao Senhor por São Pedro e São Paulo, mas também pelo dom da vida do Santo Padre, o papa Bento XVI, que neste ano, na festa dessas duas grandes colunas da Igreja, celebra 60 anos de sacerdócio. Peçamos a Deus que fortifique a sua fé, o seu ardor apostólico, mas que acima de tudo seja para nós exemplo de homem que luta pela Verdade, de alguém capaz de dar a vida por Jesus Cristo.

Renan Félix / Bacharel em história, missionário e seminarista da Comunidade Canção Nova

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