7 de fevereiro de 2012

DEUS É AMIGO DO SILÊNCIO

A oração começa pelo silêncio interior. Se queremos rezar, temos de aprender a escutar primeiro, porque Deus fala no silêncio do coração. E para sermos capa­zes de viver este silêncio e ouvir Deus, temos de ter um coração límpido, pois só um coração límpido pode vê-Lo, pode ouvi-Lo, pode escutá-Lo. E Ele escuta. Mas nós não podemos falar antes de O escutar no silêncio dos nossos corações. 
A oração não é sofrimento, nem pode constranger-nos ou perturbar-nos. A oração é um manancial de alegria. Regozijo­-me ao falar com o meu Pai, falar com Jesus, a quem per­tenço de corpo e alma, de espírito e coração. 
Reflitamos, então, no silêncio do espírito, dos olhos e das palavras. 
Silêncio do espírito e do coração: Lembrai-vos de Maria, que nunca lamentou fosse o que fosse. Lembrai-vos de São José quando estava perturbado. Apenas uma palavra sua teria podido dissi­par qualquer dúvida, mas Maria não a pronunciou, esperando que Nosso Senhor realizasse o milagre de provar a sua inocência. Se ao menos estivéssemos assim tão convencidos da necessidade de silêncio! Creio, então, que um cami­nho em direção à união íntima com Deus se abriria na nossa vida de crentes. 
O silêncio dos olhos, aquele silêncio que nos ajuda sempre a ver Deus. Os nossos olhos são como janelas através das quais Cristo ou o mundo chegam ao nosso coração. Precisamos frequentemente de muita coragem para os man­ter fechados. Não dizemos frequentemente: "Se não tives­se visto isto ou aquilo!"? E, no entanto, esforçamo-nos tão pouco para vencer o desejo de ver tudo. 
Com o silêncio da palavra aprendemos muito - a falar com Cristo, a permanecer sempre alegres e a ter uma quantidade de coisas para Lhe dizer. E Ele fala-nos por intermédio das outras pessoas e, quando meditamos, fala diretamente connosco. 
Deus é amigo do silêncio. Temos sede de encontrar Deus, mas Ele não se deixa descobrir nem no ruído nem na agitação. Vede como a natureza, as árvores, as flores e a erva crescem num silêncio pro­fundo. Vede como as estrelas, a lua e o sol se deslocam em silêncio. Quanto mais recebermos numa oração silenciosa, mais poderemos dar na nossa vida ativa. O silêncio dá-nos um olhar novo sobre todas as coisas. Temos necessidade deste silêncio para podermos tocar as almas dos outros. O essencial não está naquilo que dizemos, mas naquilo que Deus nos diz e naquilo que Ele transmite por nosso intermédio. 
Jesus ouve-nos sempre no silêncio. Nesse silêncio Ele escu­tar-nos-á; é aí que Ele fala às nossas almas e que nós escu­taremos a sua voz. No silêncio encontraremos uma energia nova e uma verdadeira unidade. A energia de Deus será a nossa a fim de realizarmos todas as coisas na união dos nos­sos pensamentos com os seus, na união das nossas orações com as suas, na união das nossas ações com as suas, da nossa vida com a sua" 

Beata Madre Teresa de Calcutá 

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