A oração começa pelo silêncio interior. Se queremos rezar, temos de aprender a escutar primeiro, porque Deus fala no silêncio do coração. E para sermos capazes de viver este silêncio e ouvir Deus, temos de ter um coração límpido, pois só um coração límpido pode vê-Lo, pode ouvi-Lo, pode escutá-Lo. E Ele escuta. Mas nós não podemos falar antes de O escutar no silêncio dos nossos corações.
A oração não é sofrimento, nem pode constranger-nos ou perturbar-nos. A oração é um manancial de alegria. Regozijo-me ao falar com o meu Pai, falar com Jesus, a quem pertenço de corpo e alma, de espírito e coração.
Reflitamos, então, no silêncio do espírito, dos olhos e das palavras.
Silêncio do espírito e do coração: Lembrai-vos de Maria, que nunca lamentou fosse o que fosse. Lembrai-vos de São José quando estava perturbado. Apenas uma palavra sua teria podido dissipar qualquer dúvida, mas Maria não a pronunciou, esperando que Nosso Senhor realizasse o milagre de provar a sua inocência. Se ao menos estivéssemos assim tão convencidos da necessidade de silêncio! Creio, então, que um caminho em direção à união íntima com Deus se abriria na nossa vida de crentes.
O silêncio dos olhos, aquele silêncio que nos ajuda sempre a ver Deus. Os nossos olhos são como janelas através das quais Cristo ou o mundo chegam ao nosso coração. Precisamos frequentemente de muita coragem para os manter fechados. Não dizemos frequentemente: "Se não tivesse visto isto ou aquilo!"? E, no entanto, esforçamo-nos tão pouco para vencer o desejo de ver tudo.
Com o silêncio da palavra aprendemos muito - a falar com Cristo, a permanecer sempre alegres e a ter uma quantidade de coisas para Lhe dizer. E Ele fala-nos por intermédio das outras pessoas e, quando meditamos, fala diretamente connosco.
Deus é amigo do silêncio. Temos sede de encontrar Deus, mas Ele não se deixa descobrir nem no ruído nem na agitação. Vede como a natureza, as árvores, as flores e a erva crescem num silêncio profundo. Vede como as estrelas, a lua e o sol se deslocam em silêncio. Quanto mais recebermos numa oração silenciosa, mais poderemos dar na nossa vida ativa. O silêncio dá-nos um olhar novo sobre todas as coisas. Temos necessidade deste silêncio para podermos tocar as almas dos outros. O essencial não está naquilo que dizemos, mas naquilo que Deus nos diz e naquilo que Ele transmite por nosso intermédio.
Jesus ouve-nos sempre no silêncio. Nesse silêncio Ele escutar-nos-á; é aí que Ele fala às nossas almas e que nós escutaremos a sua voz. No silêncio encontraremos uma energia nova e uma verdadeira unidade. A energia de Deus será a nossa a fim de realizarmos todas as coisas na união dos nossos pensamentos com os seus, na união das nossas orações com as suas, na união das nossas ações com as suas, da nossa vida com a sua"
Beata Madre Teresa de Calcutá
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